Diocese de Juazeiro define que igrejas podem voltar a abrir gradualmente para fiéis a partir de 16 de agosto
No dia 16 de agosto, domingo no qual os católicos celebrarão a solenidade da Assunção da Virgem Maria, a Diocese de Juazeiro (BA) dará um passo importante para a retomada gradual das celebrações litúrgicas e demais atividades religiosas interrompidas por conta da pandemia da Covid-19. Por meio de nota pastoral publicada nesta sexta-feira (31/07) pelo bispo diocesano Dom Beto Breis, a retomada será válida para todas as paróquias que compõem o território diocesano, respeitando o protocolo de saúde dos municípios e as Orientações Litúrgico-Pastorais para o retorno às atividades presenciais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), para evitar qualquer tipo de risco à vida dos fiéis e do clero.
“Decorridos quatro meses e ouvindo atentamente o parecer dos membros do Colégio de Consultores e Conselho Presbiteral de nossa Diocese, decidimos iniciar, a partir do domingo 16 de agosto, Solenidade da Assunção de Maria, o processo paulatino de retomada das celebrações e demais atividades de nossa Diocese”, expressou Dom Beto Breis na nota publicada hoje.
No texto, Dom Beto assegurou que a retomada “em cada município abrangido por nossa Igreja Particular deve adequar-se às determinações das autoridades locais”. O religioso, contudo, ressaltou que “situações de agravamento da pandemia em todo o território da Diocese pode levar-nos a prorrogar por mais um período a suspensão das atividades”.
Em Juazeiro, cidade sede da Diocese, portanto, deverão ser seguidas as normas definidas por decreto municipal que estabelecem que “as missas e outras celebrações religiosas poderão acontecer, desde que, com ocupação máxima de 40% dos espaços disponíveis, controle no acesso, distanciamento mínimo de 2 metros entre as cadeiras ou ocupantes dos assentos em bancos, disponibilização de álcool em gel na entrada e saída, além do uso de máscaras por todos os presentes”.
Idosos ainda não poderão participar das celebrações
Juntamente com a nota Dom Beto publicou uma Carta dirigida aos fiéis idosos da Diocese (clique para baixar). Uma forma de expressar carinho e respeito, mas também expressar as motivações que ainda impedirão os mesmos de poderem participar das liturgias. “Seguindo orientações das autoridades sanitárias, nessa primeira fase ainda não permitiremos a participação dos fiéis com idade acima dos 60 anos e do chamado grupo de risco. Sei que isso lhes provoca dor e angústia, mas desejo que compreendam como forma de carinho e cuidado com vocês”, escreveu.
“Nesse momento delicado, pedir-lhes encarecidamente que aguardem mais um tempo para unirem-se aos demais em torno das mesas da Palavra e da Eucaristia e dos serviços pastorais é uma forma concreta de dizer-lhes o quanto nós os amamos e quanto nos importamos com suas vidas e bem-estar”, acrescentou Dom Beto.
A Nota que autoriza a reabertura gradual das igrejas para as celebrações pode ser lida na íntegra logo abaixo e sua versão original pode também ser baixada AQUI.
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SEXTA NOTA PASTORAL DO BISPO DIOCESANO DE JUAZEIRO
Sobre o início do processo gradual de retomada das atividades eclesiais
Juazeiro, 31 de julho de 2020 – Memória de Santo Inácio de Loyola
Prezados sacerdotes, diácono, religiosas/os e fiéis leigos de nossa Igreja Particular,
“Para aqueles que creem, nenhuma explicação é necessária; e para aqueles que não creem, nenhuma explicação é possível” (Santo Inácio)
Em 20 de março passado, movidos por zelo pastoral, por senso de responsabilidade e cuidado com os irmãos que o Senhor nos confiou e apoiados em normas dos poderes públicos dos municípios abrangidos por nossa Igreja Particular determinamos que ficassem suspensas todas as celebrações, incluindo dominicais, para evitar aglomerações e expor os fiéis ao contágio de um vírus altamente transmissível e letal. Nesta manhã do último dia do mês de julho já chega a 91.177 o número de mortos em todo o Brasil. Entretanto, temos a impressão de que nos anestesiamos diante a realidade de dor e sofrimento por trás desses números e dos dados que apontam os efeitos sociais e econômicos desta pandemia. Uma espécie de calo duro no coração leva não poucos a banalizarem a situação e o consequente necessário cuidado com a Vida de toda e qualquer pessoa humana. A pandemia da indiferença nos assusta!
Como afirmamos em nossa última Nota Pastoral, também “não tem sido fácil e indolor para nós e para todas as categorias do Povo de Deus de nossa Diocese vivenciar essa necessária decisão e privar-nos da alegria de estarmos juntos na Casa do Senhor (cf. Salmo 83) e partirmos em Missão para nossas atividades evangelizadoras sustentados por sua Palavra e pelo Pão da Eucaristia”.
Decorridos quatro meses e ouvindo atentamente o parecer dos membros do Colégio de Consultores e Conselho Presbiteral de nossa Diocese, decidimos iniciar, a partir do domingo 16 de agosto, Solenidade da Assunção de Maria, o processo paulatino de retomada das celebrações e demais atividades de nossa Diocese.
Asseguramos antecipadamente, todavia, que tal retomada em cada município abrangido por nossa Igreja Particular deve adequar-se às determinações das autoridades locais e que situações de agravamento da pandemia em todo o território da Diocese pode levar-nos a prorrogar por mais um período a suspensão das atividades. A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) apresentou algumas orientações litúrgico-pastorais para o retorno das atividades, que nós observaremos.
Considerando o princípio do cuidado e da responsabilidade com a vida e o bem estar de todos, medidas sanitárias para a contenção do avanço do novo Coronavírus deverão ser tomadas por todas as paróquias e comunidades, o que exigirá de todos empenho e determinação. Onde for possível e ou necessário, poderão ser oferecidas celebrações campais e ou mais celebrações, sempre respeitando também os limites de fiéis participantes conforme exposto em decretos municipais. Juntamente com essa Nota Pastoral dirigimo-nos particularmente aos irmãos e irmãs idosos, expressando-lhes nossa proximidade paternal, sua relevância para a memória e a caminhada presente e futura de nossas comunidades cristãs, bem como o pedido para que compreendam a norma que ainda os mantêm afastados temporariamente das celebrações eclesiais presenciais como expressão de nossos cuidado e carinho. Há um ano não vejo meus pais, já octogenários, e nestes dias de julho estaria com eles em Santa Catarina, mas o amor e o afeto que lhes devoto me impõe esse distanciamento físico mais prolongado!
Amados irmãos, atravessamos tempos difíceis, de dores e angústias, que oxalá sejam como as dores de parto para toda a humanidade e para a Igreja. Que esse Kronos (tempo calculável, crono-metrado) marcado pela imprevisibilidade possa ser o Kairós (tempo oportuno, de Deus) para centrarmo-nos no “tesouro escondido no campo” (Mateus 13,44-45), no essencial e “inegociável”, como nos instruiu a
Liturgia do Domingo passado.
Contando com a terna paciência, firmeza orante e acolhida por parte de nossos diocesanos, suplicamos para todos a bênção e intercessão de Maria, Senhora das Grotas, e de todos os santos padroeiros e intercessores de nossas comunidades.
O Senhor lhes abençoe e lhes guarde!
Juazeiro, Bahia, 31 de julho de 2020
+ Beto Breis, ofm