Quando passou o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de  Tiago e Salomé compraram perfumes para ungi-lo. No primeiro dia da semana, bem cedo, ao raiar do sol, chegaram ao sepulcro, e diziam entre si:

Quem rolará para nós a pedra? Ergueram os olhos e observaram que a pedra já estava rolada. Então, viram um anjo que lhes disse:

“Não vos espanteis. Procurais Jesus Nazareno, o crucificado? Ressuscitou! Não está aqui”.

Caro irmão, cara irmã, que nos acompanha através das redes sociais da Diocese de Juazeiro, aqui está o fundamento da nossa fé cristã: a ressurreição de Jesus. A ressurreição do Senhor que faz novas todas as coisas. Interessante a gente observar que no texto é no primeiro dia da semana que as mulheres vão ao sepulcro.

E a partir deste dia, o domingo passou para a fé cristã a ser o dia memorável, o dia especial, como canta o salmista: “o dia que o Senhor fez para nós”. O dia em que nós celebramos a ressurreição e o dia em que encontramos nos relatos dos evangelhos Jesus ressuscitado aparecendo aos seus discípulos e instruindo-os, ceando com eles, explicando a Palavra. A partir deste dia nunca mais a Igreja deixou de celebrar o domingo. Nunca mais a Igreja deixou de celebrar a ressurreição.

A forma mais plena da celebração do domingo é a celebração da Eucaristia, onde a comunidade reunida, na diversidade de ministérios, de serviços da assembleia litúrgica, celebra a ressurreição do Senhor, escutando sua Palavra e comungando do Corpo e do Sangue de Cristo.

Mas o que fazer dentro de uma realidade em que, no Brasil, 70% das comunidades não podem celebrar a Eucaristia de forma plena? A Igreja, inspirada pelo Espírito e a partir deste contexto, orienta, pede que cada comunidade cristã não deixe de celebrar o domingo.

Para isso as comunidades podem se encontrar para, através de uma celebração da Palavra, se reunirem em nome do Senhor.

As celebrações da Palavra estão sendo apoiadas pelo nosso magistério, pelo magistério da Igreja. Aqui o documento 52 da CNBB que reafirma e que aponta para nós esta necessidade de que cada comunidade não passe o domingo sem celebrar a Páscoa do Senhor.

A celebração da Palavra não é uma mini-Missa, como muitas pessoas pensam. Ela é uma celebração litúrgica, é uma celebração reconhecida pelo magistério, mas que também necessita ser ainda mais apropriada pelo nosso povo. Necessita ser ainda mais conhecida pelo nosso povo, para não haver distorções ou comparações erradas.

Existem quatro elementos que nós podemos e devemos considerar na preparação de uma celebração da Palavra. O primeiro é a reunião em nome do Senhor. E de forma visível isso se expressa nos ritos iniciais. Os ritos iniciais da celebração tem essa finalidade: reunir a comunidade para celebrar.

O segundo elemento que não pode faltar numa Celebração da Palavra é a Liturgia da Palavra. Podemos dizer que é o coração de toda esta celebração. As leituras proclamadas, o salmo, a aclamação ao Evangelho, a proclamação do Evangelho, a homilia e as preces fazem parte da Liturgia da Palavra. E é aí onde a gente se alimenta: a mesa da Palavra é o lugar onde a comunidade que se reúne para celebrar o dia do Senhor se alimenta.

O terceiro elemento que não pode faltar numa celebração da Palavra é a Ação de Graças. E aqui quando a gente fala de ação de graças não é simplesmente um canto intimista, não é simplesmente uma adoração ao Santíssimo. A ação de graças aqui está relacionada ao momento celebrativo em que a comunidade expressa seu louvor, seu agradecimento com salmos, com cânticos bíblicos, com louvações inspiradas no contexto litúrgico, do tempo litúrgico em que se vive.

E o último elemento que não pode faltar numa celebração da Palavra: os ritos finais, o envio em missão. A comunidade que é enviada para dar testemunho de sua fé, testemunho de Jesus no meio do mundo, nas suas atividades, no seu cotidiano.

Então nós podemos, sim, viver segundo o domingo de forma plena com a celebração da Eucaristia, onde as comunidades, com a presença dos seus ministros, os ministros ordenados, celebram essa presença total de Cristo ressuscitado. Mas as comunidades que não podem dominicalmente celebrar a Eucaristia devem viver segundo o domingo celebrando a Palavra. E fazendo assim com que a ressurreição de Jesus aconteça na nossa vida, aconteça no meio das nossas realidades, e nós possamos ser sinais de transformação do mundo.

O ressuscitado nos anima, o ressuscitado caminha conosco. Vamos então celebrá-lo e viver bem o domingo.

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