Diocese de Juazeiro

Notícias da Diocese › 01/04/2020

Dom Beto Breis publica Orientações para a Semana Santa em nossa Diocese

Nosso Bispo Diocesano Dom Beto Breis publicou uma terceira Nota Pastoral, desta vez com orientações para a Celebração da Semana Santa, especialmente do Tríduo Pascal em nossa Diocese. Esta nota você confere na íntegra em sua versão original AQUI e inteiramente transcrita logo abaixo:

TERCEIRA NOTA PASTORAL DO BISPO DIOCESANO DE JUAZEIRO

Sobre as celebrações da SEMANA SANTA diante da expansão do coronavírus

Prezados sacerdotes, religiosas e fiéis leigos de nossa Igreja Particular de Juazeiro,

Desejei ardentemente celebrar esta páscoa convosco” (Lc 22,15)

Aproxima-se a Semana Santa. Nela, o TRÍDUO PASCAL se apresenta não como um tempo de preparação (como poderíamos entender), mas sim em uma unidade plena com a Páscoa. É um tríduo da Paixão e Ressurreição, que abrange a totalidade do mistério pascal sendo, portanto, a culminação de todo o ano litúrgico. Aquele que “amou-nos até o fim” (João 13,1) está vivo e é por isso que podemos proclamar firme e insistentemente em nossas liturgias: “Ele está no meio de nós”.

Como já sinalizamos em outras ocasiões, vivemos um tempo diferenciado e excepcional com o avanço do coronavírus (Covid 19) e o grave risco para a saúde e a vida de todos os povos. Aqui no Brasil, mesmo com o decreto presidencial inserindo as atividades religiosas entre serviços e atividades essenciais, seguiremos as orientações das autoridades e especialistas na área da saúde no sentido de se evitar aglomerações e de que seja aplicado o isolamento social. Isso o fazemos movidos pela responsabilidade pastoral com a vida do rebanho que o Senhor nos confiou, pois cremos firmemente que acima dos interesses econômicos deve estar o primado da vida e seu valor iniludível, inquestionável. Ficar em casa é mais do que uma norma, é uma exigência do cuidado com o próximo e da responsabilidade com a vida, dom de Deus. Importa ressaltar que os mais vulneráveis, na verdade, são os mais pobres, que em condições de miséria e sobrevida subsistem com débil alimentação (e, portanto, com baixa imunidade) e em condições precárias de acesso aos bens essenciais aos quais todos tem direito.

À luz das indicações oferecidas recentemente pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, bem como em sintonia com as propostas apresentadas pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), seguem nossas orientações para esses dias de Semana Santa:

 

ORIENTAÇÕES E DETERMINAÇÕES GERAIS

  • Nestes dias especiais, peçamos a graça de bem viver a Semana Santa, ainda que em recolhimento no recinto de nossas casas. Ser Igreja doméstica (onde se vive, se transmite e se celebra a fé) é dom e beleza que precisamos, permanentemente, recuperar e fortalecer. Se muitas vezes reclamamos que “não temos tempo para rezar”, agora a maioria de nós dispõe de condições para essa pausa necessária em vista do diálogo confiante com o Senhor. Neste ANO DA PALAVRA em nossa Igreja Particular, rumo aos 60 anos de sua criação, convocamos a todos à proximidade cotidiana com as Escrituras. A Liturgia da Palavra destes dias quaresmais e, especialmente, do Tríduo Pascal propicia profunda e rica leitura orante.
  • Durante todo este tempo de necessária quarentena, as igrejas podem permanecer abertas do modo como tem sido feito até agora, ou seja, apenas para orações individuais no decorrer do dia.
  • Todos os párocos devem celebrar o Domingo de Ramos e o Tríduo Pascal nas respectivas igrejas paroquiais e cuidar para que tais celebrações sejam transmitidas através das redes sociais ou outros meios de comunicação. Os fiéis devem ser informados, com bastante antecedência, acerca do horário de início dessas celebrações, para que se sintam estimulados a participar da oração em seus lares. Neste sentido, algo significativo em nossa Diocese tem sido a formação e o empenho das equipes paroquiais da PASCOM (Pastoral da Comunicação), particularmente nestes tempos excepcionais.

 

DOMINGO DE RAMOS

  • O Memorial da Entrada do Senhor em Jerusalém seja comemorado dentro do edifício sagrado; na catedral será adotada a segunda forma prevista pelo Missal Romano; nas igrejas paroquiais e em outros lugares, a terceira.
  • Sugerimos aos fiéis que coloquem no portão ou na porta de suas casas (em lugar bem visível) alguns ramos. Marcar a casa é uma característica do povo de Deus e expressa sua sintonia com o mistério que é atualizado na Liturgia.
  • Pedimos que todos comprometam-se a, no futuro (em data a ser definida pela CNBB), participar ativamente da Coleta da Campanha da Fraternidade. Com ela, ajudamos os mais pobres e expressamos um gesto concreto de caridade e solidariedade.

 

QUINTA-FEIRA SANTA

  • O rito do lava-pés, já opcional, será suprimido. No final da Missa na Ceia do Senhor, a procissão também será omitida e o Santíssimo Sacramento mantido devidamente no tabernáculo.

 

SEXTA-FEIRA SANTA

+ Na Oração Universal, acrescentar a seguinte intenção especial como a penúltima entre as demais:

X. Pelos que padecem a pandemia do Covid-19

Oremos ao Deus da vida, salvação do seu povo, para que sejam consolados os que sofrem com a doença e a morte, provocadas pela pandemia do novo coronavírus; fortalecidos os que heroicamente têm cuidado dos enfermos; e inspirados os que se dedicam à pesquisa de uma vacina eficaz.

Reza-se em silêncio. Depois o sacerdote diz:

Ó Deus, nosso refúgio nas dificuldades, força na fraqueza e consolo nas lágrimas, compadecei-vos do vosso povo que padece sob a pandemia, para que encontre finalmente alívio na vossa misericórdia. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

+ O ato de adoração da cruz através do beijo será limitado apenas ao celebrante.

+ Quanto às expressões da piedade popular e às procissões que ocorrem na Semana Santa e no Tríduo Pascal, poderão ser realizadas no segundo semestre. Datas oportunas e significativas são 14 e 15 de setembro, festa da Exaltação da Santa Cruz e Memória litúrgica de Nossa Senhora das Dores, respectivamente.

 

SÁBADO SANTO – VIGÍLIA PASCAL

  • Celebra-se apenas nas igrejas catedrais e paroquiais. Para o “Início da Vigília ou Lucernário” omite-se o acender do fogo, acende-se o círio e, omitindo a procissão, segue-se o precônio pascal (Exsultet). Segue-se a “Liturgia da Palavra”. Para a “Liturgia batismal”, apenas se renovam as promessas batismais. Segue-se a “Liturgia eucarística”.
  • Logo após a “Mãe de todas as vigílias” poderá ser feita uma “carreata eucarística”, como vem sendo realizada em diversos lugares do Brasil e do mundo. Na alegria da boa notícia da sua Páscoa, Jesus “vivo e vivificante” na Eucaristia (como dizia São Francisco de Assis) poderá percorrer ruas de nossas paróquias e ser visto e acolhido por muitos que estão impossibilitados de participar plenamente do culto eucarístico por excelência (a Missa). Sua presença porta esperança e alento. Devemos, todavia, cuidar para não constituirmos aglomeração (o que seria uma transgressão às disposições sanitárias) ou estimular emocionalismos desvinculados de uma correta vivência da fé.
  • Que os mistérios que nos preparamos para celebrar nestes dias fortifiquem nossa fé, reacendam a chama por vezes tênue de nossa esperança (que não se confunde com expectativa) e estimulem nossa caridade. Que em tempos difíceis e nebulosos como esses que agora vivemos sejamos portadores da ousada alegria do Evangelho e da confiança na força vigorosa da Cruz. Aprendamos com Maria, a Senhora das Dores e Mãe da Soledade: ela vive o seu Sábado Santo entre lágrimas e a força da fé, sustentando a frágil esperança dos discípulos.

 

Juazeiro, 31 de março de 2020

+ Dom Beto Breis

Bispo Diocesano de Juazeiro

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